quinta-feira, setembro 08, 2005

Circo à portuguesa

Os telejornais das televisões portuguesas abriram hoje com a notícia da implosão de duas torres na península de Tróia. Será assim o acontecimento tão importante? Não terá acontecido nada de mais relevante no mundo? Aplaudo a grande campanha de marketing levada a cabo pela Sonae e pelo grupo Amorim. Conseguiram montar todo um circo mediático à volta do acontecimento, tendo obtido publicidade a custo zero. Tudo o que precedeu os 6 segundos da implusão das torres foi ridículo: as honras de directo, os convidados, os discursos, o cocktail, a música épica de fundo, o detonador simbólico destinado a ser accionado por José Sócrates... A Sonae chegou até a distribuir 8.ooo pares de binóculos pelos habitantes de Setúbal, para que pudessem ver a implosão, como que se de um cometa que passa pela Terra apenas de 10.000 em 10.000 mil anos se tratasse. Enfim, Portugal sempre em festa! Não digo que não seja de louvar o empreendimento turístico futuro, mas a cobertura que lhe foi dada empóla-o, parecendo querer significar que este vai ser a tábua de salvação para o défice e para todos os males que afectam o país. Ao fim ao cabo, a Sonae e o grupo Amorim pretendem apenas retirar os seus dividendos e nada mais, como em qualquer outro negócio. Mas a imprensa, a soldo destas empresas ou, lorpa, como é seu hábito, deu-lhes destaque de primeira página. E assim se vão entretendo os portugueses, maninhos, como sempre.


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