terça-feira, agosto 30, 2005

Era sodomizá-los contra um pinheiro...




Recordo-me de, há mais ou menos dois anos, ter lido num jornal de Coimbra uma notícia insólita: “Desapareceu o menino Jesus do presépio da escola C+S de Ceira”. Associei, de imediato, o ocorrido a fanatismos religiosos, seitas, magia negra. Mais espantado fiquei quando, umas linhas mais abaixo, o jornalista escrevia (baseando-se no relato do segurança da escola) que tal crime tinha sido levado a cabo por um sujeito de muletas, que aguardava no veículo da fuga, dois indivíduos com cara de parvo e um outro sujeito que tinha a cara tapada com um lenço à zapatista. Este último parecia ser o cabecilha do grupo, demonstrava grande entusiasmo, proferindo constantes frases de encorajamento e evidenciava notórios conhecimentos de tácticas de guerrilha urbana.
Lembro-me de, na altura, me interrogar à cerca da prática de tal crime macabro. Por que teriam estes indivíduos levado apenas o menino Jesus, deixando para trás elementos como o burro e a vaca, que tão bem ajudam a compôr um presépio?
O que é certo é que nunca mais me voltei a lembrar deste assunto, até que, na semana passada, o fogo andou bem perto da escola C+S de Ceira. Relembrei, de imediato, o episódio que acabei de referir, sentindo a mesma repugnância que havia sentido há dois anos por esses mesmo quatro indivíduos. Aposto que esses quatro palermas ao saberem do incêndio não sentiram qualquer tipo de remorsos, tendo apenas lamentado o facto de não terem trazido consigo todo o presépio.
Pois deixem que vos diga, o incapacitado teria feito melhor se tivesse ficado em casa a recuperar da lesão que o apoquentava. Já em relação aos gajos com cara de parvo, com o medinho que estavam, talvez devessem era andar a apagar fogos, de tão cheia que devia estar a vossa bexiga. Ao jovem zapatista que rejubilava e pulava de contente digo: nunca pensaste que o teu lenço poderia ser muito mais útil no combate aos incêndios do que em assaltos a presépios de escolas C+S?


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