sexta-feira, junho 22, 2007

O eterno retorno do futebol sem balizas.

Estas declarações de Manuel Fernandes só se justificam por ser um gajo que, tal como eu, cresceu habituado a ver as miseráveis campanhas de um António Oliveira e acabou por se conformar, apenas e só, com as fabulosas fintas do Figo e com as aberturas magistrais do Rui Costa.
No melhor pano cai a nódoa e, para infelicidade minha, logo num descendente do grande Peyroteo. Já não há pachorra para as declarações de José Couceiro.
Tremo com estes ecos de ameaça do regresso da selecção portuguesa àquele estranho epíteto de melhor-equipa-do-mundo-a-praticar-a-modalidade-de-futebol-sem-balizas (que, em termos de espectáculo, até pode encher o olho, mas em termos práticos é estéril, tão estéril como, parafraseando Bocage, "uma cobra a castiçar com um pato").
É por isso que sou um apoiante indefectível de Scolari. Se fôr preciso, da próxima vez coloco uma bandeira à janela e mando cimentar uns azulejos da Nossa Senhora de Caravaggio na porta de entrada cá de casa, desde que não voltemos à esterilidade do futebol português dos anos 80 e 90. Se bem que alguns jogadores tinham colhões, mas era mais para despoletarem cenas tipo o "Caso Paula". Em campo raramente os mostravam.


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