Do que os árabes precisam...
Há tempos li o último romance do Michel Houellebecq, um escritor francês capaz de chocar conservadores e progressistas. A páginas tantas, recordo-me de ter lido qualquer coisa acerca da necessidade de potenciar a emancipação feminina no Islão. O escritor sugeria mesmo o bombardeando com mini-saias como caminho a seguir. De facto, esses tipos são uns selvagens. Fazem o que fazem às mulheres, respondem com ataques terroristas e depois ainda exigem um pedido de desculpas por causa de uns "cartoons", porque segundo eles o profeta Maomé não tem rosto nem cabeça. E por acaso eles respeitam a cabeça dos muçulmanos que de tempos a tempos vão guilhotinando? Não digo que o mundo ocidental seja um mundo de virtudes, mas não deve negociar nem ceder face a estes terroristas sem escrúpulos, pelo menos enquanto insistirem neste seu radicalismo.
16 Comments:
não sei o que é pior, uma pessoa criada numa sociedade conservadora e "atrasada" que recorre à violência perante os insultos, ou alguém que usa a liberdade de expressão como salvaguarda para a estupidez e provocação.
Não defendo ninguém. Agora, uma coisa é certa, não confundas "cartoons" com execuções e ataques terroristas. Não tem comparação possível.
o problema não são os cartoons (havia um que até tinha piada) mas sim a razão pela qual foram feitos, provocar a comunidade muçulmana.
também não defendo ninguém, e é claro que os actos de terrorismo são injustificáveis, mas não os devemos generalizar a toda uma cultura.
Provocar a comunidade muçulmana? Bem, então, na tua opinião, qualquer cartoon tem como objectivo a "provocação"? Não pretendo generalizar a questão ou demonizar a comunidade muçulmana mas a verdade é que já foram desenhados cartoons tão ou mais "provocantes" (o adjectivo é teu) para a religião católica (lembro-me do próprio Papa João Paulo II ter sido caricaturizado relativamente à questão do uso do preservativo) e a resposta da "comunidade católica" esteve longe de recorrer a ameaças de morte e de actos terroristas massificados.
Dito isto reconheço que algumas das caricaturas são de mau gosto (tal como a "minha"... sim a minha é pura provocação) mas continuo a acreditar que a resposta muçulmana é descabida e exagerada... e é óbvio que não devemos generalizar os actos de terrorismo a toda uma cultura, mas quando são os lideres culturais que ameaçam (e não meia dúzia de individuos sem grande relevância na respectiva cultura) o uso de ataques terroristas como resposta viável e justificada, torna-se dificil distinguir! (o que não quer dizer que seja impossivel, mas acabamos por, errada e injustificadamente, generalizar).
Parece-me que a comunidade católica não é exemplo pra ninguém. Fora isso, a resposta terrorista nunca foi, é ou será aceitável. Eu tenho direito a não gostar daquilo que o outro faz, na mesma extensão que o outro goza desse mesmo direito em relação a mim. A violência não tem lugar nesta "relação".
E agora digam-me, a liberdade de expressão, inclui o direito à blasfémia, quando esse é um dos objectivos explícitos? Os nossos actos só têm consequências para nós próprios, ou será que também afectam os outros?
Eu só não consigo ver a "blasfémia" como um objectivo explicito destes cartoons... mesmo tendo em conta que alguns são questionáveis, acredito que são simplesmente uma forma criativa e bem-humorada de se fazer uma critica - e, na minha opinião, uma critica pertinente, mesmo que possa, no limite, ser excessiva e generalizadora.
Quanto à liberdade de expressão, parece-me que esta contempla quer a possibilidade de alguém, pessoa ou entidade, expressar a sua opinião (por mais ridicula, injusta ou desajustada que seja) quer a possibilidade de resposta adequada pelos visados ou por entidades competentes, principalmente quando realmente se verificou um excesso. Senão atente-se no caso de um lider do Irão (presidente? rei? esqueci-me de quem era a personalidade... ) que veio dizer a público que o Holocausto não existiu. Negar o direito de expressão a um, peço desculpa, idiota destes parece legitimo, mas ninguém o fez. Obviamente este individuo "levou" com um coro de protestos e respostas em cima, mas tudo ficou por aí... é essa a resposta adequada a alguém que erra e que faz uso da sua liberdade de expressão para "mandar meia-dúzia de patagoadas graves"...
Neste caso, a realidade é, para mim, só uma: Maomé, que corresponderá ao nosso Cristo na relevância cultural e religiosa, é tão cartoonizável (nem sei se esta palavra existe) quanto qualquer outra personalidade histórica. Se eu, numa discussão, associar Jesus Cristo às Cruzadas, por exemplo, estou a ser incorrecto e a ultrapassar o meu direito à liberdade de expressão só porque, para alguns individuos religiosos mais fanáticos, estou a blasfemar? Porque isto passa tudo pela questão do fanatismo, da rigidez: a principal critica que me permito fazer (na minha ignorância relativamente à cultura islâmica) aos povos muçulmanos diz respeito a esta incapacidade para aceitarem pontos de vista diferentes, para aceitarem o não-absoultismo dos seus principios religiosos e culturais... porque se é verdade que para eles é proibido representar Maomé, para nós é perfeitamente legitimo e natural que tal seja feito, como tal, vivendo nós onde vivemos, tendo nós os principios culturais que temos parece-me legitimo que Maomé, Cristo, Bush, Eu ou o Mantorras sejamos representados num cartoon satirico.
Peço desculpa por estar cada vez mais confuso a apresentar as minhas ideias... ;) Acho que ainda são consequência de um relatório de estágio com várias centenas de páginas!
PS: sim a comunidade católica não é, pelo menos na esmagadora maioria das questões, exemplo para ninguém! Sem dúvida...
Lá está, eu achei piada aos cartoons e com certeza que defendo o direito à sátira de tudo quanto é ícone que por aí ande. Mas a liberdade de expressão não justifica tudo, e, para quem leu o Público de Sexta-feira, fica-se com a ideia de que a publicação dos cartoons (não os cartoons em si) envolveu mais do que sátira. Não me parece que os protestos dos muçulmanos comecem por aí, mas lá porque uns não têm razão, não quer dizer que os outros a tenham.
Pois, mas aí estamos também a avaliar intenções que, por definição, são dificeis (senão impossiveis) de avaliar...
E tens razão na questão da razão...
pelo que sei do que se passou, o jornal dinamarquês resolveu encomendar a 40 cartoonistas, desenhos que representassem maomé (e este era a unica coisa que exigiam), mas apenas 12 o aceitaram fazer. O jornal teve esta iniciativa, após um artigo de opinião, presente no mesmo jornal, ter referido que nenhum desenhador tinha concordado em ilustrar um livro sobre maomé, por a cara deste não poder ser representada segundo a lei islâmica. o que o jornal fez foi tentar dar uma lição sobre liberdade de expressão à comunidade islâmica representando o profeta deles.
talvez por o problema lhe parecer longe, lá para os lados do afeganistão, eles não se tenham apercebido da gravidade de atirar lenha para uma fogeira que já arde com bastante força. os muçulmanos que se manifestam de maneira violenta provocando a morte, não tem desculpa pelos seus actos, mas nós também não temos o direito de tentar ensinar quem quer que seja através da provocação (e para mim provocação é diferente de critica, que acho que é o que maioria dos cartoons faz), até porque apenas enraiveçemos, quem já está enraivecido e acabamos por perder a razão.
maomé até era um gajo pacifico para o seu tempo e o islão ensina a respeitar as outras religiões, mas como em quase todas as religiões, o problema dela está em algumas das pessoas que a praticam e que muitas vezes estão no poder.
eu não estou a defender nenhuma das partes, apenas acho que devido à sitação delicada que se verifica entre o mundo islâmico e ocidental, os grandes meios de comunicação e pessoas com visibilidade deviam pensar com mais cuidado as consequencias dos seus actos. Não tenho nada contra os vossos posts, do maomé e do que os árabes precisam, achei-lhes graça e ri-me, como costumo fazer das vezes que aqui venho, e apenas me pareceram uma critica a nada mais que a situação que se desenvolveu em torno desta polémica, e sinceramente era preciso uma grande cara de pau da minha parte para criticar algo, quando eu fiz algo de semelhante no meu blog :)
...porra, o comentário não parecia tão longo quando o tava a escrever, desculpem :p
Todo este post foi só um pretexto para pôr no blog uma foto da Sharapova. E ninguém comentou a pernaça da miúda...
Acho que nem os muçulmanos a obrigavam a usar burka. Ou então usava uma short-skirt burka
Eu defendo a liberdade de expressão em todas as situações de igual modo e não só nas que me interessam. O que seria da cultura se não existissem provocações!? Não teriamos os Monty Phyton... que perda que seria. Também gostava de ver um cartoon do papa a atirar um cocktail nos confrontos na irlanda do norte entre cãtólicos e protestantes.
Ontem ouvi de raspão num canal da BBC, um debate com muitos muçulmanos e muitas visões diferentes.
Um deles, o mais extremista, dizia que todas as pessoas pertencem a Alá, que a inglaterra pertence a Alá e mais o mundo inteiro.
E por isso temos todos que respeitar Alá. Ele ficou irritado quando uma muçulmana do debate lhe disse que não era bem assim, que há outras crenças, que até há pessoas que não têm crenças, só pertence a Alá quem quer.
Só assisti a este bocadinho.
Isto leva-me a pensar que eles não admitem qualquer tipo de caricatura ou sátira ao deus deles, que pelos vistos é o nosso também, não temos escolha.
E foram eles, pelo menos os Taliban, que rebentaram com os Budas.
Para mim isto é muito mais grave do que uma caricatura.
Mas quando a gente os vê a queimar bandeiras alheias, a pisar em cima (para eles a sola do sapato é a coisa mais suja que há) e a cuspir, ninguem faz nenhum alarido nem pede desculpas oficiais.
Onde é que acaba a tua liberdade e começa a minha? É que parece-me que anda muita gente por aí a penar a "liberdade de expressão" dos outros.
E não é defender a liberdade de expressão só nas situações que nos interessam, é pensar nela para além de nós.
E agora o chavão bonito: não há liberdade sem responsabilidade.
O comportamento dos muçulmanos radicais e inaceitavel!ja nao bastava o constante desrespeito pela vida humana(valor comum a todas as religioes),agora tambem querem interferir num dos valores mais sagrados das sociedades democraticas, o direito a livre expressao...parece-me obvio q as caricaturas nao sao para provocar os mulçumanos em geral mas apenas os fanaticos q estao sempre prontos a se fazerem explodir...o q ofende os mulçumanos em geral e a representaçao de maome, que e proibida.Mas la por ser proibida para eles e eles nao gostarem nao quer dizer que nos nao o possamos fazer,diz-se tantas coisas que me ofendem e nao e por isso que ando por ai a queimar embaixadas... se a nossa sociedade neste momento ate encara com naturalidade a critica a personagens religiosos que tradicionalmente fazem parte da cultura europeia,pq nao do maome?!alias ate ja outros lideres historicos de outras religioes estao fartos de ser caracterizados e gozados(abraao, cristo, buda, etc,e nunca houve estas revoltas! de certeza que quando fazem uma caricatura do papa, milhares de pessoas por esse mundo fora que fica chocado, nao gosta, acha que e um insulto mas nao e por isso q vai queimar uma ou duas embaixadas em protestos...se eles querem respeito,entao que se deem ao respeito! que deixem de ser cobardes,se tem problemas com o nosso modo de vida que se juntem todos e venham ca tentar implementar os seus valores,agora deixem e de fazerem explodir pessoas inocentes...
realmente... rica perna
Enviar um comentário
<< Home