segunda-feira, dezembro 11, 2006

Mais um assalto...

Esta semana assaltaram o meu carro pela terceira vez em pouco mais de 2 meses! E, mais uma vez, roubaram-me um discman e uma carrada de cd's (felizmente, desta vez, eram só cópias!). Veja-se a minha história com larápios de discmans: há um primeiro assalto ao meu carro em que me roubam o discman (que usava, através de um elaboradissimo sistema, para ler cd's no auto-rádio) e o álbum que por lá parava. Até aqui tudo bem. Aconteceu. Ora, obviamente, uns dias depois compro outro discman. No dia em que coloco este novo discman no carro, este é novamente assaltado, tendo eu como baixas a declarar este novo leitor de cd's e um outro álbum. Vai dai, penso para os meus botões: "como este carrinho é mais fácil de abrir do que as pernas da Elsa Raposo, o melhor é não voltar a comprar um discman para aqui!". Consequentemente, decido dar uso ao meu primeiro discman, velhinho, que só permite que se ouça alguma coisa quando lhe apetece e, mesmo assim, nem sempre em stereo! Durante umas semanas uso este. Passado um bom periodo sem assaltos a declarar, confiante, na certeza de que os outros dois assaltos tinham sido uma mera e infeliz coincidência, decido voltar a investir num discman que me deixasse ouvir realmente um álbum, sem tschks, paragens, sfffffsss e com todos os instrumentos audiveis, aproveitando uma promoção de um dos nossos hipermercados. Nesse mesmo dia vou até ao Porto com ele e depois de ver este dificil teste superado (Porto=cidade dos gatunos, n'est pas?), passo a acreditar que este é o "the one", aquele discman que estaria destinado a ficar para sempre no meu carrinho (ou até que eu decidisse comprar um auto-rádio daqueles modernaços, que apanham mais do que uma emissora de rádio e até permitem a leitura de cd's). No dia seguinte a essa ida à Invicta, depois de uma noite como tantas as outras, estaciono o carro na rua da minha casinha e, prudentemente, coloco o discman debaixo de um dos bancos, não fosse o diabo tecê-las. De manhã sou informado (pelo meu pai, que foi o primeiro a usar o carro) que todo o conteúdo musical do carro havia desaparecido, entre discman e cd's. Não acreditei! Bolas, até tinha escondido a merda do discman!! E aquela merda não valia nada! Era Mitsai!! Mas era verdade... mais uma vez tinham roubado o meu precioso discman...

Tudo isto é, obviamente, bastante frustante: em primeiro lugar, acredito que se os ladrões soubessem de quem era o carro, não o tinham assaltado! Não, não têm medo de mim... não é nada disso... mas fomos colegas de escola caraças!! De certeza!! Há algum bandido por aí que não tenha andado na Silva Gaio? (olá Xano, tudo bem?) Que não tenha sido um daqueles rapazes que por lá andavam a ameaçar os professores com facas e outros instrumentos cortantes? Eu conhecia-os a todos, jogava à bola com eles e, passe a imodéstia, era respeitado pelas minhas qualidades futebolisticas. Ainda por cima, fico pior do que estragado quando imagino aqueles tipos a olharem para os álbuns que larapiaram e a comentarem: "Foda-se! Johnny Cash? Magnolia Electric Co.? Mudhoney? Mas este palhaço não ouvia música de jeito?". Sim, porque de certeza que estes tipos não têm grande cultura musical e ou ouvem merda ou hip-hop, o que é basicamente o mesmo! (que me desculpem todos os que se possam eventualmente sentir ofendidos pela minha aparente prepotência e arrogância! Isto é só uma personagem. Eu não sou assim - eu sei o que fizeram ao Sr. Richards! Todo o cuidado é pouco! Olá Serra, estás aí?) Por outro lado, ainda não afastei completamente a hipótese de estar a ser vitima de um complot orquestrado pelas Wortens e Box's deste país! Toda a gente sabe que eu não consigo estar mais de uma hora sem ouvir música! Toda a gente sabe que na rádio não passa música! Toda a gente sabe que eu preciso de ouvir os meus álbuns, a minha música! A Worten sabe disso! A Box também! Cá para mim eles andam a seguir-me, roubam-me - ou mandam roubar -discman atrás de discman na certeza de que eu lá voltarei a enterrar 20 euritos! Nestes momentos sinto-me um viciado em crack! E, por último, a mais triste e frustante das coincidências: quando eu vou ver o carro, na vã esperança do meu pai ter visto mal e do discman estar lá, ainda debaixo do banco, reparo que, no banco de trás, orgulhoso nas suas vestes roxas aqui e ali retocadas pelo amarelado de alguma ferrugem que teima em mostrar-se, à vista de tudo e todos, sorri o meu velhinho discman! Aquele que me acompanhou em tantas batalhas! Aquele, que já não me permitindo ouvir um álbum em stereo, afogando ora a voz, ora a guitarra, ora as teclas, ora tudo, me continua a ser fiel! O único! "The One"...

Ora bolas... e não podiam ter levado este e deixado o outro?

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Tu precisas é de um rádio como o meu, oferecido pelo mecânico porque mais ninguém queria aquilo. Ou ia para o meu carro ou para a sucata. Volta lá mas é às mixtapes que ainda é o melhor. E axo que, mesmo assim, andas a ouvir música muito comercial. Qd me roubaram o último e único auto-rádio decente que tive, até fizeram o favor de me deixar a cassete em cima do banco do passageiro, como quem diz "vai-te foder mais a música que ouves". Esses gajos precisam de ser perseguidos e chacinados. Quando os apanhar esmago-lhes a cabeça com a porta do meu carro, qual joe pesci em touro enraivecido!

11:21 da tarde  

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