quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Tudo o que sempre quis saber sobre as casa-de-banho públicas masculinas

Talvez por ter lido o último post do blog do Sandro ou, quem sabe, porque nas últimas semanas tenho sido particular frequentador de casas-de-banho públicas, (principalmente de uma ali para os lados das cantinas azuis, que tem uns urinóis tão baixos que me sinto um verdadeiro gárgula a observar o mundo a seus pés), hoje apetece-me debruçar sobre este universo.O homem tem diferentes comportamentos também ao entrar numa casa-de-banho pública. Quando o meu propósito é unicamente o de “mudar a água às azeitonas”, dirijo-me para o urinol, mesmo que a sanita esteja disponível. Outros há (e isto fui eu que vi, ninguém mo contou) que, com o mesmo propósito, preferem esperar que a sanita vague, julgando, por ventura, que o uso do urinol exigirá anos e anos de aprendizagem e aperfeiçoamento técnico. São mas é gajos tímidos, quase a roçar o patológico. Ou, então, pretendem insultar todos os presentes que ocupam os urinóis como que acusando-os de que não conseguiriam resistir a deitar uma espreitadela caso escolhessem utilizar também o urinol. São os chamados “I´m-too-sexy-for-myself-que-nem-mijo-ao-pé-de-ti-se-não-viras-paneleiro”. Enfim, meninos...Tendo já definido a minha personalidade no que toca a comportamento no ambiente casa-de-banho pública, deixem agora que partilhe convosco episódios insólitos que vivi como frequentador destes espaços.Não sou daqueles gajos que se aproximam o mais possível do urinol até não sobrar uma nesga pela qual o vizinho do lado consiga espreitar, primeiro, porque não gosto de levar com salpicadelas, mesmo que sejam minhas, em segundo, porque também não faço questão de esconder nada. Acontece que ontem, estando eu sozinho, entrou um tipo. Eu estava num dos urinóis da ponta. Existiam 3 urinóis e, como manda a regra, o indivíduo que entra deve ocupar o urinol da ponta oposta. Assim foi. Nunca deve existir uma proximidade tal entre duas pilas que não se conhecem. A surpresa veio depois. Esse gajo, sem nunca ter olhado para mim desde o momento em que ficámos colocados, lado a lado, na fila de urinóis, desapertou a braguilha e, nesse preciso momento, olhou na direcção das minhas partes baixas. Só depois fez tenções de vislumbrar a minha cara. Será que não me reconheceu pela pila? Será que existe um site do estilo do hi5, mas onde as pessoas em vez de colocarem fotos do rosto ou de corpo inteiro colocam apenas fotos da sua pila? Se sim, será que me confundiu com um amigo e, para dissipar as dúvidas, decidiu confirmar olhando-me para o rosto? Não fosse o meu acto mictório estar já em curso, acho que teria perdido toda a vontade e o meu “mantorras” ter-se-ia recusado a satisfazer-me a necessidade fisiológica.Já agora, um repto aos arquitectos de casas-de-banho públicas: Por que é que quando constroem urinóis não deixam no mínimo 2 metros entre cada um, uma vez que os urinóis do meio tendem a não ser utilizados? São uma espécie de Farnerud. Estão lá, um gajo sabe que existem e até conta com eles, mas só os utiliza em caso de os das pontas estarem ocupados ou avariados.E porque isto do acto mictório até merece uma abordagem sociológica, não tendo eu engenho para a fazer, invoco aqui apenas uma situação da qual ainda hoje me recordo. Lembro-me de andar na escola primária, de ver o director da escola a entrar para a casa-de-banho e um colega fazer-me a pergunta mais ridícula de todos os tempos: “O director também mija?”. Se fosse hoje, acho que lhe teria respondido “Claro que não. E tu és uma espécie de Cristo e a tua mãe é virgem.”No entanto, e à posteriori, esta situação é bem ilustrativa de determinadas idiossincrassias e do não reconhecer abertamente o que é a essência humana. O acto de urinar é como que assumido com pudor. Há quem o veja como uma prática vergonhosa e não fisiológica. Acredito que muita gente, se fosse possível, preferiria pertencer a uma espécie que não urinasse e soltasse antes discretos cristais de ácido úrico, somente porque se sente embaraçada em algumas situações. Terão sido pessoas do género que acusaram Salvador Dali de cropófago quando pintou merda (literalmente) em alguns dos seus quadros, em vez de identificarem em tal acto marcas de surrealismo.Não digo que um gajo tenha que se comportar como se nada se passasse quando utiliza um urinol. Um urinol será sempre um corpo estranho. Tudo bem. Não o temos nas casas-de-banho lá em casa. Mas porra, um gajo pode fazer de conta que não se passa nada, ir lendo as mensagens que estão escritas nas paredes (porque há sempre paredes escritas nas casas-de-banho públicas e nos beliches do IPJ), ou ir assobiando para o ar.Acho que foi por causa do acto mictórico ser visto como vergonhoso que as casas de banho nas quais se colocava uma moedinha para entrar, e que floresceram como cogumelos na década de noventa, não vingaram. Costumavam colocá-las em sítios descampados, com uma placa que só lhe faltava ser fosforescente e dizia em letras garrafais “SANITÁRIO”. Obviamente, um gajo com problemas não as utilizava porque, mesmo que tentasse desculpar-se, ninguém ia acreditar que confundiu a casa-de-banho com uma máquina de refrigerantes.O reverso da medalha é composto por malta mais descomplexada em relação a estas questões. Tipo aquelas miúdas que na queima não têm qualquer tipo de pudor em pedir-nos a capa emprestada para urinarem com maior privacidade (isto, por acaso, raramente me acontece porque não costumo trajar-me).E será que existem os inveterados do urinol? Homens que num domingo qualquer se dirigiram ao AKI ou ao Mestre Maco e adquiriram toda a parafernália necessária para montarem um urinol nas suas casas-de-banho privativas?Para finalizar, como referiu o Sandro, há gajos estranhos. Alguns, naquela parte final em que se sacode a pinguita mais teimosa, entregam-se com tal afinco ao acto que chego a pensar se não estarão a masturbar-se. Se estão só mesmo a sacudir a pinguita, então, é mesmo aterrador. Eu não trato o meu “buddy” assim, como se fosse um tubo de pasta dos dentes só com um restito no fundo, mas que faz mesmo falta porque nos esquecemos de comprar outra bisnaga. O “little me” pode um dia querer vingar-se e deixar-me mal visto noutras ocasiões. Chego a ter pena e, não fosse por nada, até lhes exemplificava “oh artista, é assim que se sacode”, de tal forma tratam mal o parceiro. Há gajos que não deviam ter nascido com pila, ou, então, deviam já ter vindo algaliados.

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Tanta merda e não puseste o corolário desta teoria toda! Ponho eu!
O último pingo é sempre prá cueca!

9:55 da manhã  
Blogger sandroga said...

Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

1:29 da tarde  
Blogger sandroga said...

Acho que nunca mais vou olhar para uma pasta de dentes vazia da mesma maneira.

1:29 da tarde  
Blogger Unknown said...

Está visto que o Mário é dos que não sabe sacudir...

5:11 da tarde  

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