Sonhos... empregos...

Ora como toda a gente sabe eu, Samuel Silva, continuo desempregado e sem grandes esperanças em ver a situação alterada num futuro próximo. A situação começa a tornar-se tão preocupante que até já sonho com empregos e coisas do género. Ora atentem no meu sonho da noite de ontem:

Então é assim, no sonho eu não tinha passado da quarta classe, conseguia ler "A Bola" mas, algumas vezes, achava que deviam existir ali sujeitos que se armavam em espertos e escreviam "coisas de livros". Livros, esses, não tinha lido nunca... tinha oferecido um à minha mulher, bem bonito, dedicado ao tema "A esposa ideal - guia de conselhos práticos". Então, ainda no sonho, tinha já eu uns 45 anos, tinha menos cabelo (mas nem por isso o rapava... afinal ainda dava para disfarçar a careca com os cabelos "laterais" que deixava crescer), uma barriguita pronunciada e um bigodito (tal como todos os meus camaradas). Ora ali estava eu, sentado a uma secretária e eis que entra um cliente, a queixar-se de ter sido assaltado na noite anterior. Depois de mandar umas piadolas, afinal que culpa tinha eu que o senhor tivesse saido de casa às 11h da noite e tivesse dado de caras com um "de certeza cigano"?, perguntei-lhe o que é que ele queria que eu fizesse... e assim continuei, sempre bem disposto a brincar com o jovem que, não percebo muito bem porquê, começou a responder "torto" e a fazer cara de poucos amigos. Aí disse-lhe "ó amigo, você comigo não fala assim" e ele lá se calou. Ah, tenho que dizer que, no sonho, eu vestia uma farda azul, tinha uma espécie de pau ou bastão de um lado da cintura e uma pistola ferrugenta (seria de brincar?) no outro. E o dia assim se passou, entrei às 9h30, saí às 17h, passei o dia sentadinho numa secretária, escrevia uns textos bem bonitos, com linguagem cara (com "sita" e "pertençia", por exemplo), dava algumas gralhas que os burros dos "clientes" não notavam, brincava com eles, dando uso à minha simpatia natural... de vez em quando aparecia uma senhor "jeitosa" e aí tudo mudava: já não brincava tanto, tornava-me mais respeitador e atencioso, olhava-lhe para o decote quando podia, coçava o escroto e passava os dedos pelo bigode enquanto a minha cabeça fervilhava com pensamentos libidinosos...

Ora ao fim do mês recabia uns 1500 euritos, já tinha poupado para comprar um carro de fazer inveja aos "camaradas" e já tinha comprado uma vivendazinha num terreno jeitoso lá na aldeia onde nasci.

E assim acabou o meu sonho... Alguém me sabe dizer o que significa? Melhor ainda, sabem se existe um emprego destes, onde eu seja pago para escrever textos de 10-15 linhas, com ou sem gralhas, possa gozar com os "clientes", toda a gente "pie fininho" quando fala comigo e receba dinheiro ao fim do mês? É que esta merda de trabalhar com deficientes é mais "pesada", é preciso algum estomâgo e ainda por cima, dinheiro nem ve-lo! Se souberem onde posso arranjar um trabalho assim, apitem.

Grato pela atenção.

PS: o aspecto geral era bastante semelhante ao deste senhor da esquerda da imagem