sábado, janeiro 27, 2007

A polémica dos cartazes

Quando li a notícia acerca de uma professora da escola primária de Almedina, em Coimbra, que pendurou cartazes em alunos que se portaram mal, lembrei-me, de imediato, não de "We don´t need no education! Hey, teachers! Leave the kids alone! ", dos Pink Floyd, nem tão pouco do psicólogo Eduardo Sá (tendo este, no entanto, aparecido à noite nos noticiários a comentar o caso). Este senhor é uma espécie de gajo da Quercus, gajo da DECO, dirigente sindical, ou membro do movimento POUS (de certeza que têm companheiros no emprego, mas são sempre os mesmos a dar a cara). Bem, mas o que me veio à cabeça foram aqueles momentos quase iniciais do "Annie Hall", do mestre Woody Allen. E se andássemos rotulados, no dia-a-dia, com cartazes definidores da nossa personalidade colados na testa? Coisas do género: "Levantei as saias (a propósito, nunca percebi porque é que se diz «as saias» se apenas na Nazaré existem mulheres que vestem mais do que uma saia) a uma menina na 2.ª classe. Sou um tarado sexual. Não mereço brincar. Estou de castigo!"

Apenas uma nota de compreensão e apoio para com os professores do 1.º ciclo. É, talvez, a profissão que mais admiro. Deve haver qualquer coisa mágica em ensinar uma criança a ler, a escrever e a utilizar o pico, a esponja e o papel de lustro, mesmo que alguns putos sejam realmente insuportáveis, ao ponto de até os próprios pais estarem arrependidos daquele dia em que proferiram "Estou farto do peixe dourado e do aquário. E se tivéssemos um filho?". Ser professor primário é, sem dúvida, uma prova de altruísmo, mas também não é preciso colar cartazes assim na criançada. Umas réguadas valentes como as que eu levei bastam. E, se não resultar, um dia estes putos reguilas cruzar-se-ão com o Baião (ou com o Chuck Norris, se emigrarem) e a professora primária será vingada!

É que estes putos a quem são pendurados cartazes ao pescoço acabam, normalmente, como esta senhora que fotografei em Camden Town, Londres.

1 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Em vez de os pendurar, podíam agarrá-los com ambas as mãos. E podiam ter lá escrito: "You don't need a weatherman to know which way the wind blows".

4:20 da tarde  

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