domingo, janeiro 01, 2006

"Coimbra já não tem Menino Jesus maneta"

Na sexta-feira li uma notícia no jornal "Público" referente ao presépio municipal (mais propriamente ao menino Jesus) que tem sido alvo de inúmeros actos de vandalismo. A páginas tantas podia ler-se "Foi implantada com sucesso mais uma mão na figura do Menino Jesus do presépio municipal, uma escultura de gesso e serapilheira que tem vivido uma infância difícil: já foi amputada três vezes por «vândalos» e «energúmenos» que o vereador Mário Nunes não se cansa de invectivar. «Esta já é a quarta mão e estou convencido de que, amanhã, já lá não está. Já não sei o que podemos fazer, talvez pôr um segurança vestido de S. José ou de Rei Mago... Acho que é a única forma de apanhar os vândalos», declarava ontem o vereador."

in Público, 30 de Dezembro de 2005

Não pensem que hoje vou manter o tom jocoso que me caracteriza. Falarei a sério. Também eu estou indignado. Quero expressar o meu total apoio ao vereador Mário Nunes no que toca à sua cruzada com vista a solucionar este grave problema que afecta a cidade de Coimbra.
É grave isto de um menino ver amputada a sua mão que tanta falta lhe fará no futuro. Mário Nunes dá mostras da sua solidariedade masculina e prova que não se esqueceu de que, também ele, já foi um menino a quem muito jeito deu a sua mãozita amiga.
Quanto à questão do segurança, Mário Nunes começou por meter os pés pelas mãos ao afirmar que o segurança poderia mascarar-se de S. José. Ora, como todos sabem, S. José era branco e a grande maioria dos seguranças são pretos. Não estaria aqui, Mário Nunes, a incorrer numa afirmação racista? Mas o vereador logo se apercebeu do imbróglio em que se estava a meter e rematou que o segurança também poderia, perfeitamente, mascarar-se de Rei Mago. Pronto, assim está bem. Baltazar era um dos reis magos e era preto. Assim não ofende ninguém.
Já agora, deixo a minha sugestão. Para mais facilmente apanhar os vândalos, o melhor seria o próprio vereador Mário Nunes zelar pela segurança do menino Jesus mascarando-se de burro. Também há um no presépio.


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