Eleições: o festival de Verão dos escuteiros

Hoje fui votar. Durante o trajecto até à urna de voto tive que repetir 5 vezes, quase exasperado, "Não, obrigado!" aos escuteiros que tentaram vender-me calendários. Existirá algum acordo secreto entre a Comissão Nacional de Eleições e o Corpo Nacional de Escutas, que permita a esses seres ridículos de lenço ao pescoço importurarem toda a gente no dia das eleições? Por que é que não se cingem a ajudar as velhinhas a atravessar a passadeira, praticando desse modo a sua boa acção do dia? Por essa ordem de ideias, acho que também deveria ser permitido que, à boca das urnas, outras pessoas tentassem prosperar com o seu negócio, tal como: ciganas a venderem pensos, vendedores da revista "CAIS", a malta da "REMAR", vendedores ambulantes de Bíblias, o sr. da "Family Frost", o vendedor do Círculo de Leitores, os senhores do "Plastifico documentos" (que aproveitam, ao mesmo tempo, para vender um manancial de outros acessórios: cintos, óculos, carteiras, pulseiras, de manifesto gosto duvidoso), os srs da "Bolacha Americana",...

Cada vez mais percebo a abstenção. A decisão é ou não ir votar ou, então, pregar um palmadão ao primeiro escuteiro que apareça pela frente.