domingo, outubro 23, 2005

O groupie que há em mim


Grande noite a de ontem. Enquanto à minha volta me parecia estar toda a gente a safar-se muito bem a arranjar par, eu conversava animadamente com o baixista dos Bunnyranch. Pareceu-me um gajo muito porreiro, um Paul Simonon, mas com piores dentes. Como ele estava mais fodido do que eu, foi muito fácil mantermos o diálogo. Primeiro, levámos cerca de 30 minutos a discutir se o Lou Reed e os Stones estavam ou não em forma. Não me recordo se chegámos a alguma conclusão. Depois, ambos concordámos que a música do Dartacão e os DZRT são uma grande merda e brindámos ao facto de estarmos de acordo.
Consegui convencê-lo de que posso ser muito útil aos Bunnyranch, pelo que ele ficou de falar com os restantes elementos da banda e, se todos estiverem de acordo, talvez eu suba a palco já no próximo concerto para tocar ferrinhos em uma ou duas músicas, estando igualmente em aberto a hipótese de eu dizer 3 ou 4 “yeahs” nos refrões.
Disse também ao gajo que me impressiona a sua pujança capilar. Ainda na queima tinha o cabelo rapado e agora já ostenta, de novo, a farfalhuda cabeleira encaracolada.
E, como se não bastasse, encontrei o Paulo Furtado ao pequeno-almoço. Confirma-se que o Ben Harper assistiu a um concerto do Legendary Tiger Man em Paris, tendo interpelado o artista conimbricense no final. Trocaram o número de telemóvel, mas o Paulo, como bom tuga que é e no meio da bebedeira em que se encontrava, apagou o número do telemóvel do Ben, sem querer.
O que Coimbra tem de melhor é mesmo isto: um cidadão vulgar como eu pode estar a beber uma cerveja com uma estrela de rock às 4h da manhã e, passadas três horas, uma meia de leite com outro génio da música. Isto é quase a mesma merda que encontrarmos o David Bowie e o Lou Reed na mesma noite e falarmos com eles, sabendo que não nos estão a tentar embebedar para nos levarem para a "suite" do hotel.


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