sábado, fevereiro 10, 2007

Diz que é uma espécie de Saramago, mas com bigode e melhores dentes

No futebol são frequentes as comparações entre os dotes técnicos e estilo de jogo de certos jogadores, talvez numa tentativa de hierarquização, ou somente tratando-se de um exercício despretencioso. Sempre achei piada a uma expressão referente a George Hagi, antiga estrela do futebol romeno. Recebeu o epíteto elogioso de "Maradona dos Cárpatos". Deco, por exemplo, foi apelidado, durante o tempo em que aprimorava o seu jogo no F. C. Porto, de "Pequeno Zidane".
Desconhecia é que tal prática já tinha chegado ao mundo da literatura. Comprei um livro. Quando cheguei a casa, reparei que no interior dele vinha, como oferta, um separador que aproveitava para fazer publicidade a uma outra obra da mesma editora. E não foram parcos na comparação. Podia ler-se "A Chave Mestra, de Augustín Sánchez Vidal. A obra de estreia do autor já considerado o Umberto Eco espanhol". Será que em sessões de apresentação de primeiras obras de escritores vamos poder começar a testemunhar expressões definidoras de estilo literário do género "Sou como o Lobo Antunes, mas com títulos mais curtos" (numa nítida alusão ao Chicabala que era como o Vieri, mas mais rápido)?
Depois disto, já nem acho tão ridículo aquele puto residente na Brandoa que se auto-intitulava o "Marlon da Brandoa" (só tive conhecimento deste personagem porque mereceu uma referência numa crónica de um dos críticos de cinema do Expresso - até porque eu não tenho qualquer tipo de ligação à Brandoa).


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