quarta-feira, agosto 31, 2005

Miguel, o modesto



Aquando da sua apresentação como jogador do Valência, Miguel foi questionado por um jornalista espanhol sobre se seria o melhor lateral-direito do mundo. Eis a resposta do ex-benfiquista: "Não sei se serei o melhor, mas estou entre os cinco melhores". Só por isto, acho que vai fazer muito bem ao Miguel jogar noutro campeonato. Vai perceber que os únicos laterais direitos do mundo não são ele, o Miguel Garcia, o Alex, o João Pereira e o Sonkaya. A seu tempo, também compreenderá que quando o Luís Filipe Vieira diz que o Benfica é um dos maiores clubes do mundo está, evidentemente, a ser irónico.

Miguel, também vais perceber que os extremos em Espanha são um bocado mais rápidos que o Pedro Barbosa e o Capucho.

Adeptos portugueses


Parto-me a rir com os comentários de alguns adeptos de clubes portugueses. Neste caso, refiro-me aos comentários em relação ao jogador Marek Cech. Um adepto comentou o seguinte num site desportivo: "Este miúdo é bom de bola. Além disso tem grande sentido posicional e é especialista em livres directos. É um jogador muito seguro e já uma certeza do futebol eslovaco". Admito até que seja bom jogador. Mas como é que este adepto é capaz de afirmar tanta coisa acerca de Marek Cech, ex-Sparta de Praga. Tê-lo-á visto jogar um ou dois jogos a nível de competições europeias e selecções? Será um olheiro desperdiçado? Levará este adepto o Championship Manager demasiado a sério? Ou, melhor ainda, será este adepto um assíduo telespectador do campeonato nacional da República Checa?

A indústria dos incêndios


A evidência salta aos olhos: o país está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada.Oficialmente, continua a correr a versão de que não há motivações económicas para a maioria dos incêndios. Oficialmente continua a ser dito que as ocorrências se devem a negligência ou ao simples prazer de ver o fogo. A maioria dos incendiários seriam pessoas mentalmente diminuídas.
Mas a tragédia não acontece por acaso. Vejamos:
1 - Porque é que o combate aéreo aos incêndios em Portugal é TOTALMENTE concessionado a empresas privadas, ao contrário do que acontece noutros países europeus da orla mediterrânica?
Porque é que os testemunhos populares sobre o início de incêndios em várias frentes imediatamente após a passagem de aeronaves continuam sem investigação após tantos anos de ocorrências?
Porque é que o Estado tem 700 milhões de euros para comprar dois submarinos e não tem metade dessa verba para comprar uma dúzia de aviões Cannadair?
Porque é que há pilotos da Força Aérea formados para combater incêndios e que passam o Verão desocupados nos quartéis?
Porque é que as Forças Armadas encomendaram novos helicópteros sem estarem adaptados ao combate a incêndios? Pode o país dar-se a esse luxo?
2 - A maior parte da madeira usada pelas celuloses para produzir pasta de papel pode ser utilizada após a passagem do fogo sem grandes perdas de qualidade. No entanto, os madeireiros pagam um terço do valor aos produtores florestais. Quem ganha com o negócio? Há poucas semanas foi detido mais um madeireiro intermediário na Zona Centro, por suspeita de fogo posto. Estranhamente, as autoridades continuam a dizer que não há motivações económicas nos incêndios...
3 - Se as autoridades não conhecem casos, muitos jornalistas deste país, sobretudo os que se especializaram na área do ambiente, podem indicar terrenos onde se registaram incêndios há poucos anos e que já estão urbanizados ou em vias de o ser, contra o que diz a lei.
4 - À redacção da SIC e de outros órgãos de informação chegaram cartas e telefonemas anónimos do seguinte teor: "enquanto houver reservas de caça associativa e turística em Portugal, o país vai continuar a arder". Uma clara vingança de quem não quer pagar para caçar nestes espaços e pretende o regresso ao regime livre.
5 - Infelizmente, no Norte e Centro do país ainda continua a haver incêndios provocados para que nas primeiras chuvas os rebentos da vegetação sejam mais tenros e atractivos para os rebanhos. Os comandantes de bombeiros destas zonas conhecem bem esta realidade.
Há cerca de um ano e meio, o então ministro da Agricultura quis fazer um acordo com as direcções das três televisões generalistas em Portugal, no sentido de ser evitada a transmissão de muitas imagens de incêndios durante o Verão. O argumento era que, quanto mais fogo viam no ecrã, mais os incendiários se sentiam motivados a praticar o crime... Participei nessa reunião. Claro que o acordo não foi aceite, mas pessoalmente senti-me indignado. Como era possível que houvesse tantos cidadãos deste país a perder o rendimento da floresta - e até as habitações - e o poder político estivesse preocupado apenas com um aspecto perfeitamente marginal?
Estranhamente, voltamos a ser confrontados com sugestões de responsáveis da administração pública no sentido de se evitar a exibição de imagens de todos os incêndios que assolam o país.
Há uma indústria dos incêndios em Portugal, cujos agentes não obedecem a uma organização comum mas têm o mesmo objectivo - destruir floresta porque beneficiam com este tipo de crime.
Estranhamente, o Estado não faz o que poderia e deveria fazer:
1 - Assumir directamente o combate aéreo aos incêndios o mais rapidamente possível. Comprar os meios, suspendendo, se necessário, outros contratos de aquisição de equipamento militar.
2 - Distribuir as forças militares pela floresta, durante todo o Verão, em acções de vigilância permanente. (Pelo contrário, o que tem acontecido são acções pontuais de vigilância e combate às chamas).
3 - Alterar a moldura penal dos crimes de fogo posto, agravando substancialmente as penas, e investigar e punir efectivamente os infractores
4 - Proibir rigorosamente todas as construções em zona ardida durante os anos previstos na lei.
5 - Incentivar a limpeza de matas, promovendo o valor dos resíduos, mato e lenha, criando centrais térmicas adaptadas ao uso deste tipo de combustível.
6 - E, é claro, continuar a apoiar as corporações de bombeiros por todos os meios.
Com uma noção clara das causas da tragédia e com medidas simples mas eficazes, será possível acreditar que dentro de 20 anos a paisagem portuguesa ainda não será igual à do Norte de África. Se tudo continuar como está, as semelhanças físicas com Marrocos serão inevitáveis a breve prazo.

José Gomes Ferreira

Dáriogol



Dário proferiu, há alguns anos, uma frase que fez com que os adeptos da Académica o passassem a idolatrar: "em Portugal não jogo em mais nenhum clube a não ser na Académica ou num dos três grandes". Daí em diante passou a envergar a camisola n.º 85 (ano de fundação da claque Mancha Negra). Há coisa de duas semanas assinou pelo Vitória de Guimarães...

Post de antecipação

Como demonstração do meu fair-play e antes que alguém se lembre de fazê-lo... Embora muito me custe, aqui vai disto...


Portugal profundo

Tendo passado em relance as memórias deste Verão, relembro aquele neologismo ou nova construção sintáxica que ouvi em Moledo. Uma senhora ao volante (daquelas brutas, que mais parecem um homem), cruzando-se com um outro automobilista numa estrada de passagem estreita, dirigiu-se-lhe verbalmente nestes termos: "és um enervado da cona!". E perde-se muito por não ser possível pronunciar aqui a entoação dada à frase. Eu, o Orlando, o Guedes e o Txoiro tivémos o privilégio de assistir a este momento. Ainda hoje não compreendemos totalmente o significado de tal expressão. Sabemos apenas ser pejurativa. Isso, de certeza.

Acabem com as eleições

As campanhas eleitorais são momentos fantásticos. Aparecem sempre aquelas promessas capazes de revolucionarem o país e de mobilizarem os eleitores a votarem em massa.
Nas últimas legislativas, a promessa que mais me maravilhou foi a de juntar todos os cartões num só. Finalmente acabou aquela pergunta que fazemos num qualquer “guichet” sempre que nos pedem um cartão: “É este?”. Do outro lado do vidro respondem-nos exasperados, cientes de que somos uns inúteis: “É o outro! É o outro! O azul! É o azul!!!”. Voltamos a procurar e acabamos por desistir. “Olhe devo tê-lo deixado em casa”. (Preparamo-nos para ouvir um sermão igual aos que ouvíamos em criança). “Como é que se esqueceu do cartão azul! Não sabe que tem que andar sempre consigo?!”.
Agora, parece que tudo isso vai acabar. Bravo candidato José Sócrates! No futuro, quando me pedirem qualquer coisa, entrego-lhes logo aquele único cartão e digo: “Procure-o. Deve estar aí. Ando sempre com todos os meus cartões.”
Portanto, a minha vida como que se tinha aclarado. Tinha já decidido em quem ia votar quando, no outro dia, fui almoçar à cantina da minha faculdade. Duas mesas à frente da minha estava um tipo com ar de Art Garfunkel a palitar os dentes com o B. I. (estes seres existem mesmo). A minha convicção ruiu. Resolvi pensar. Em poucos segundos deslindei o caso óbvio de favorecimento político que estava na génese desta medida de José Sócrates. Tentarei, de seguida, explanar o meu raciocínio. Ora, não é difícil de adivinhar que esse cartão teria, certamente, a grossura do cartão multibanco ou da carta de condução. É a moda e o princípio estético por que se rege a malta da Unicre! Assim sendo, a próxima questão que se impõe é “Quem será o único português que sairá beneficiado com isso?”. Pois é, o Nuno Guerreiro. Mais uma vez os interesses mesquinhos apoderam-se deste lodo que é a política à portuguesa.
Agora, voltei à estaca zero e não sei, de novo, em quem devo votar.


P.S.: Não foi abordada a temática do chumaço que uma carteira apinhada de cartões confere ao bolso traseiro, (normalmente o direito), das calças de muitos homens portugueses.

O fim de uma era

Morreu a única pessoa do mundo que sabia as regras do Risco. Completava no próximo dia 25 de Setembro 93 anos.
Este Albanês iniciou-se desde cedo no “dominó®”, tendo tido também passagens, embora fugazes, pela "sueca®", "monopólio®", "bagunça na aula®" e "onde está o wally?®". Mas foi, de facto, a jogar "risco®" que se notabilizou.
Tão cedo não será esquecido pelos milhares de pessoas que, um pouco por todo o mundo, jogam risco sem, contudo, conhecerem as regras. Não será igualmente esquecido por todos aqueles que usam as peças do risco para jogarem outros jogos e ainda pelas pessoas que usam o tabuleiro do jogo como suporte para as chávenas do café.
Prestamos-lhe a nossa devida homenagem.
O mundo nunca mais será o mesmo.

Condecorações


O dia 10 de Junho é deprimente e só afecta a minha auto-estima, a do Samuel, a do Serra e a do Baião. No ano passado já tinha ficado alarmado. No fim das cerimónias só 104 portugueses continuavam sem nunca terem recebido uma condecoração por serviços prestados ao estado. Mas este ano tudo foi pior. Foram agraciadas 100 pessoas e agora somos os únicos 4 portugueses que nunca foram condecorados. E como se não bastasse, até já os U2 têm uma medalha ao peito.
É triste, mas acho que também temos a noção de que nunca fizémos nada de jeito fosse pelo que fosse. Devíamos avançar com a sitcom, pelo menos como forma de mostrarmos o nosso orgulho ferido e reclamarmos o reconhecimento de grandes gozões que nos é merecido. Mas até pode ser que ainda venhamos a ser condecorados postumamente. No fundo, acho que as condecorações a título póstumo servem para isso mesmo. O presidente deve pensar "aqueles tipos deviam ser mesmo uns fracassados, mas coitados, vou dar-lhes qualquer coisita".
E, vão ter que me perdoar, mas de entre nós os 4 acho que eu ainda consigo ser o mais inútil. Se virmos bem, o Baião já ganhou uma medalha para Portugal e sei que na 4.ª grande guerra mundial se vai alistar como voluntário e, sozinho, destruirá uma companhia inteira de marines, embora regresse com uma placa de titânio na cabeça. Quanto ao Serra, também não é assim um fracassado, ao fim ao cabo é o recordista do circuito de manutenção do choupal. Já o Samuel… Bem, o Samuel está a fazer um trabalho de fim de curso com mais de 500 páginas e foi eleito para a equipa maravilha do torneio do Hospital Sobral Cid. Agora eu? Eu nunca fiz nada de jeito em toda a minha vida!

Ninguém pára o Benfica



O primeiro milho foi para os pardais. Agora é que vai começar o campeonato! Isto, se o Karagounis conseguir tirar o lugar ao Nuno Assis (o Bob Geldoff português).

Bob Geldoff Nuno Assis

terça-feira, agosto 30, 2005

Era sodomizá-los contra um pinheiro...




Recordo-me de, há mais ou menos dois anos, ter lido num jornal de Coimbra uma notícia insólita: “Desapareceu o menino Jesus do presépio da escola C+S de Ceira”. Associei, de imediato, o ocorrido a fanatismos religiosos, seitas, magia negra. Mais espantado fiquei quando, umas linhas mais abaixo, o jornalista escrevia (baseando-se no relato do segurança da escola) que tal crime tinha sido levado a cabo por um sujeito de muletas, que aguardava no veículo da fuga, dois indivíduos com cara de parvo e um outro sujeito que tinha a cara tapada com um lenço à zapatista. Este último parecia ser o cabecilha do grupo, demonstrava grande entusiasmo, proferindo constantes frases de encorajamento e evidenciava notórios conhecimentos de tácticas de guerrilha urbana.
Lembro-me de, na altura, me interrogar à cerca da prática de tal crime macabro. Por que teriam estes indivíduos levado apenas o menino Jesus, deixando para trás elementos como o burro e a vaca, que tão bem ajudam a compôr um presépio?
O que é certo é que nunca mais me voltei a lembrar deste assunto, até que, na semana passada, o fogo andou bem perto da escola C+S de Ceira. Relembrei, de imediato, o episódio que acabei de referir, sentindo a mesma repugnância que havia sentido há dois anos por esses mesmo quatro indivíduos. Aposto que esses quatro palermas ao saberem do incêndio não sentiram qualquer tipo de remorsos, tendo apenas lamentado o facto de não terem trazido consigo todo o presépio.
Pois deixem que vos diga, o incapacitado teria feito melhor se tivesse ficado em casa a recuperar da lesão que o apoquentava. Já em relação aos gajos com cara de parvo, com o medinho que estavam, talvez devessem era andar a apagar fogos, de tão cheia que devia estar a vossa bexiga. Ao jovem zapatista que rejubilava e pulava de contente digo: nunca pensaste que o teu lenço poderia ser muito mais útil no combate aos incêndios do que em assaltos a presépios de escolas C+S?

"ApoCalisto Now Redux"


Embora o meu primeiro post sobre Henrique Calisto não tenha surtido grandes comentários, eu volto a insistir.
Calisto surge agora numa versão completa, quase perfeita, com extras e cenas cortadas (qual edição de coleccionador!). Não é que este homem juntou ao Campeonato Nacional do Vietname a Taça do Vietname! Fabuloso! E neste momento está em negociações com a Federação Vietnamita de Futebol, com vista a assumir o cargo de seleccionador.
Os treinadores das outras equipas do Vietname já murmuram: "The horror! The horror!"
Quem consegue parar Henrique Calisto?

Coisas que não rimam

segunda-feira, agosto 29, 2005

Parabéns a nós!!



100 visitantes

Meu Deus... estou tão emocionado!! Isto é um marco na nossa carreira de Bloguistas... a fama, a glória, a Isabel Figueira, a Terri Hatcher estão já ali, a um passo!! Tá quase pessoal... só mais um esforço!!

Quero aproveitar esta momento de quase-glória para agradecer... agradecer a todos aqueles que me ajudaram a ser o génio da bloguice que sou hoje (os outros que aqui postam, apesar de serem muitos, são todos génios... estão é de férias... azar!)... quero agradecer aos meus pais, à minha irmã, ao meu irmão, à minha familia, à minha namorada (por aquelas coisas todas e porque fica sempre bem); ao Pinto da Costa, ao Dias da Cunha, ao Orelhas (por me fazerem rir todas as semanas); ao Pinto Gouveia (por ser um fdp de um careca que não me deixa ter férias!), ao Nuno "Maria Amélia" Gomes (porque é um tipo engraçado), aos Superdragões (vulgo supermongos) e restantes claques (é tudo pessoal da mesma espécie... Hommo Mentecaptus), à Terri Hatcher (musa inspiradora), à galinhas do Marco (obrigado pelo apoio), ao Jolin e ao Zappa (obrigado por me babarem e sujarem cada vez que me vêem) e aos nossos adversários hoje no ringue... obrigado por terem sido os sacos de pancada numa tarde que vai ficar para a história... vão ser escritas canções e realizados filmes sobre a nossa proeza... afinal não é todos os dias que, ao longo de uma tarde de futebol em renhida competição roda-bota-fora (adoro esta expressão), uma equipa permanece invencivel... fez-se história hoje...

Obrigado a todos... muito obrigado... ainda chegamos hoje aos 110, nem que para isso tenha que entrar e sair 10 vezes!!

The Boys Are Back In Town!!






Os Pearl Jam já andam a ensaiar para a nova digressão (para já só no Canadá) e para o novo álbum...

quinta-feira, agosto 25, 2005

A louca vida de Serra

Está desvendada a razão que impossibilita o Serra de colaborar no nosso blog. Ao que consegui apurar, o nosso camarada foi contratado como argumentista da rubrica diária da SIC, "Malucos do Riso". A primeira rábula escrita pelo Serra irá para o ar aquando da estreia da nova grelha de programação, já em Setembro. O sketch, divertidíssimo, consiste em duas louras que vão ao consultório de um médico que é careca, mas usa capachinho, e tem sotaque alentejano. A meio da consulta entra uma foca no consultório. E mais não digo...
Inspirado nitidamente em "Monty Python". O regabofe total!
Bravo, Serra!

Perdidos & Achados


Nestas férias que estão agora a chegar ao fim, perdi a carteira. Agradeço qualquer informação útil que possa conduzir ao seu paradeiro. Tenho por hábito tirar uma foto a todos os meus objectos pessoais, como tal, publico aqui a polaroid da minha carteira, que pode ajudar na sua identificação.
Sinto falta do chumaço que ela proporcionava, no bolso direito traseiro das minhas calças.

Bravo futebol português


´Manuel Cajuda contou a O JOGO que descobriu Bruno Fogaça "por acaso" num dia em que acordou bastante cedo para levar a neta a uma excursão da escola. "Peguei no DVD que estava em cima do molho que tenho lá em casa e ao ver o jogador em acção, houve alguns pormenores técnicos que me atrairam. Mais por feeling, pedi-o ao presidente e agora aqui está ele", contou.'

Jornal 'O Jogo', edição de 23 de Agosto.

Puro Deleite


Sobre José Cid já tudo foi dito. Não quero ser mais um a rasgar merecidos elogios ao seu génio. Para os mais distraídos, este homem lançou álbuns, maxis e singles míticos da música portuguesa e, atrevo-me a dizer, da música mundial. São dele verdadeiras pérolas como "20 anos", "Anita não é bonita", "Amar como Jesus amou", "Na cabana junto à praia", "Ontem, hoje e amanhã", entre um rol infindável de sinfonias.
Gosto particularmente de uma que se intitula "Como o macaco gosta de banana". Podem avaliar, unicamente pela letra abaixo transcrita, o valor peculiar desta fabulosa canção, ainda hoje tão actual. Contudo, aconselho-vos vivamente o download desta rebuscada obra de arte, que contém uns coros e secção rítmica que são uma categoria. Ora, aí vai disto:
"A minha palmeira é muito porreira, eu sei
Mas no meu deserto tu foste o oasis que achei
Tu ficas louquinha quando tiro a casca à banana
Ficas tão tontinha que a tua cauda abana

Como o macaco gosta de banana
Eu gosto de ti
Escondi um cacho debaixo da cama
E comi, comi
Minha macaca gira e bacana
O teu focinho é que não me engana
Pois se a macaca gosta de banana tu gostas de mim
Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti.

Um orangotango transformou um tango num rock
É a nova moda que põe Portugal em amok
Quem foi ao ataque foi um chimpanzé e um saquini
Minha macaquinha estão apanhadinhos por ti

Como o macaco gosta de banana
Eu gosto de ti
Escondi um cacho debaixo da cama
E comi, comi
Minha macaca gira e bacana
O teu focinho é que não me engana
Pois se a macaca gosta de banana tu gostas de mim
Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti.

A minha palmeira é muito porreira, eu sei
Mas no meu deserto tu foste o oasis que achei
Tu ficas louquinha quando tiro a casca à banana
Ficas tão tontinha que a tua cauda abana

Como o macaco gosta de banana
Eu gosto de ti
Escondi um cacho debaixo da cama
E comi, comiMinha macaca gira e bacana
O teu focinho é que não me engana
Pois se a macaca gosta de banana tu gostas de mim
Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti.

Como o macaco gosta de banana
Eu gosto de ti
Escondi um cacho debaixo da cama
E comi, comi
Minha macaca gira e bacana
O teu focinho é que não me engana
Pois se a macaca gosta de banana tu gostas de mim
Como o macaco gosta de banana… como o macaco gosta de banana…
Como o macaco gosta de banana eu gosto de ti."

quarta-feira, agosto 24, 2005

Coisas ridículas

Pérolas de Zézé Camarinha


1 - "A nossa juventude é uma desgraca! Só tenho pena de eu andar sozinho neste jogo do engate aqui no Algarve! A juventude hoje em dia só pensa em drogas e em futebol! Tenho pena de não deixar nenhum sucessor!" (SIC; 2003)
2 - "Você duvida da minha machidade? Eu sou mesmo macho e tudo o que digo faco! Se duvida vamos ali para trás do cortinado e tira as dúvidas! Nem precisa esgalhar-me o pessegueiro, a alavanca sobe automaticamente!" (ferido do seu orgulho ainda no mesmo programa, acusado por Paula Coelho, apresentadora do SIC Núticias, de ser "Muita parra e pouca uva")
3 - "Eu arranjei nesta praia passaportes para toda a Europa! Sou como os jogadores da bola, trabalho no Verão, para ir a Europa no Inverno! As camones quando chegam ao aeroporto de Faro, já trazem a minha foto na mão, aconselhadas pelas amigas!" (TVI; 2000)
4 - "Já apanhei grandes malucas na cama! Algumas gostavam que eu lhes arriasse nas nádegas durante o acto sexual! Tinham essa tara, e eu tinha de lhes fazer o gosto." (TVI; 2000)
5 - "Eu costumo dizer que sou massagista para ver se me toca alguma coisa, também lhes digo que sou astrólogo para lhes ler a sina. Se nenhuma destas resultar digo que sou fotógrafo..." (a explicar como mete conversa com elas. (TVI; 2000)
6 - "Quem sou eu? Sou o último dos machos latinos, que tem o sangue de macho a escorrer nas veias, que sente orgulho em ser homem para satisfazer as tão necessitadas mulheres que me chegam às mãos de todos os cantos do mundo!" (TVI; 2000)
7 - "Já fui para a cama com mais de 1500 mulheres, devo estar quase a chegar à mulher 2000! Quando isso acontecer, dou uma festa no meu bar no Algarve!" (SIC; 2003)
8 - "Eu na outra reencarnação devo ter sido penso "isofrénico", daquelas da Evax ou da Insonia, pois adoro andar entre as pernas das mulheres!" (SIC Radical; 2002)
9 - "Tenho mulheres que choram para eu ir lá a casa delas tirar-lhes as cócegas! Os maridos são uns bêbedos que lhes batem sem dó nem piedade!" (Tal e Qual; 2002)
10 - "É evidente que já não dou dez seguidas como dava antigamente! Quando era novo dava mais de 50 num só dia, agora devo andar na casa das 20 ou 25 por dia, o que é bem bom para a minha idade!" (Tal e Qual; 2002)
11 - "Quando morrer quero que o meu pénis seja embalsamado e cremado, e que as cinzas sejam espalhadas por estas praias do Algarve desde Lagos a Faro que é o meu território de caça! Deste modos as praias serão purificadas...claro que haverá cinza suficiente!" (SIC; 2002)
12 - "Tenho prazer em galantear as mulheres, em meter conversa com elas! Elas até me pagam para eu lhes satisfazer! O BMW que tenho foi-me oferecido por uma chinesa boa como o milho que dizia que o marido não lhe satisfazia pois tinha uma pila microscópica!" (SIC; 2002)
13 - "Por vezes vou até a uns hotéis, e como conheco lá os empregados, pergunto sempre se a última fornada de mulheres que lá chegaram vale a pena...Se forem pitinhas daquelas que só pensam em discotecas e fumar merdas, bazo logo! Prefiro gajas mais maduras!" (Tal e Qual; 2001)
14 - "Eu sou como o Jardel, em frente à baliza nunca falho, e golos de cabeça é a minha especialidade...e olhe que o Jardel já falhou muitos golos de cabeca, ao contrário de mim!" (SIC; 2001)
15 - "Quando era miúdo a minha mãe, que era cozinheira num restaurante aqui da praia de Portimão,dava-me óleo de fritar o peixe, depois bronzeava-me com ele e punha uma toalha aqui e outra lá ao fundo onde vê aquele chapéu de sol da Sprite...Tudo o que fosse camone e invadisse este espaço, marchava logo!" (TVI; 2000)
16 - "Tou farto de portuguesas! Um gajo para lhes saltar em cima tem de mostrar o B.I e nem isso chega! As camones olham para ti e tu sabes logo que elas querem-te comer ate ao último ossinho, e acreditem que eu tenho muito para ser comido!" (SIC; 2003)
17 - "Quando não conseguir levantar o pessegueiro?? Recorro ao Viagra!! Vergonha? Vergonha é roubar e não conseguir fugir!" (SIC; 2001)

segunda-feira, agosto 15, 2005

Lindo...

Entrevista concedida por um dos lideres da claque Super Dragões ao jornal "Independente"...

Quais as suas expectativas para o FC Porto este ano?

Estamos muito contentes com este treinador e com este grupo de trabalho.Vamos ser campeões nacionais. Este treinador veio trazer rigor, disciplina e trabalho.

E o que pensa desta atitude dura e disciplinadora?

Desde miúdo que sempre ouvi dizer "casa roubada, trancas à porta". Depois do que se passou o ano passado acho que é a melhor atitude.

0 que se passou no ano passado? Está a referir-se a quê?

A tudo. À falta de empenho de alguns jogadores nos treinos e nos jogos. Desperdiçámos a oportunidade de sermos campeões nacionais. Com as estrelas que tínhamos, só mesmo a falta de trabalho e a balda justificou os 27 pontos perdidos em casa. rosto ou era uma balda generalizada? Os dois maiores cancros, os dois maiores culpados foram o Costinha e o Maniche. Baldavam-se e tinham a mania que eram artistas por terem ganho a Taça UEFA e a liga dos Campeões.Por arrasto, alguns tiveram a mesma postura. Daí termos tomado algumas atitudes contra os jogadores.

Então os jogadores brasileiros, neste caso, não tinham muito a ver com o assunto?

Se houver rigor e disciplina, eles só têm que aceitar e trabalhar como os outros. Co Adriaanse exige empenho, rigor e disciplina e terão que dar o máximo se quiserem jogar.

E relativamente a esta última hipótese de dispensa de Jorge Costa?

Não acredito nisso. Jorge Costa, tal como Vítor Baía, são símbolos do clube e nunca na vida poderiam ser dispensados.

Há pouco referiu que se insurgiram contra alguns jogadores, De que forma?

Chegou a haver agressões devido a algumas situações como, por exemplo, na Madeira, em que estávamos a ganhar 2-0 e, nos descontos, sofremos dois golos. Isto também porque soubemos do que se passou nessa semana: alguns jogadores com uma vida incompatível com a de um atleta de alta competição.

Não lhe parece exagerado partir para a violência?

Claro, mas foi a maneira que encontrámos. Somos jovens, emotivos e temos o coração perto da boca. O nosso amor pelo Porto e o hábito de ganhar tudo levou-nos a tomar essas atitudes.


Qual é a relação dos Super Dragões com a direcção do FC Porto?

A melhor possível.

Refiro-me às relações institucionais...

Existe a institucional e a de amizade entre elementos. Apesar de termos criticado a SAD do FC Porto em algumas situações, não quer dizer que não estamos com eles. Às vezes temos que os alertar...

E eles também vos alertam?

Por vezes, não concordam com algumas coisas e temos que ouvir. Mas, somos autónomos e independentes.

Relativamente às atitudes mais exageradas em relação a alguns jogadores, a direcção disse-vos alguma coisa?

Não. Uns ficaram chateados, outros compreenderam. Hoje em dia está tudo bem. Está tudo a voltar à normalidade e a nossa relação com os jogadores È a melhor.

Essa normalidade aplica-se ao presidente Pinto da Costa?

Com ele nunca houve nenhuma discordância. Sempre estivemos com Pinto da Costa porque consideramos que é o pilar deste clube e por tudo o que deu ao FC Porto merece o maior respeito.

Na altura em que rebentou o "Apito Dourado", o presidente Pinto da Costa estava frequentemente rodeado de elementos dos SuperDragões. Porquê?

Se for preciso damos a vida por ele, por tudo o que ele já fez pelo clube e por nós. Estamos ao seu lado dele para o que der e vier.

0 papel da vossa claque no clube está bem definido?

Sim, mas conforme o desenrolar das situações vamos gerindo. O papel é apoiar o clube e levá-lo ao topo. Por vezes com prejuízo da vida pessoal... Pode não haver dinheiro para mais nada, mas para o FC Porto há sempre.

Recebem algum tipo de apoio monetário do clube?

Nenhum.

Quais as vossas fontes de receita?

Temos a marca Super Dragões, com lojas espalhadas pela zona do Grande Porto e também somos fornecedores da Porto-Comercial.

Onde é que gastam esse dinheiro?

Nas faixas, nas bandeiras e nas viagens para fora do Estádio do Dragão.

Tem algum papel especial nessa estrutura?

Somos três: eu, o Rui Teixeira e o Paulo Trilho.

Relativamente às recentes declarações de Costinha, quando falava de si, o que poderia estar a querer dizer quando referiu que tinha um Porsche?

Não sei onde é que ele queria chegar, mas se calhar sentia-se um pouco frustrado. Eu posso comprar um Porsche à vontade porque não sou viciado em cocaína, nem ando aí a gastar dinheiro em clubes de "strip".

E o Costinha tinha esses vícios?

Só estou a dizer que eu não tenho esses dois vícios e que por isso posso ter um Porsche.

Mas para falar desses vícios é porque sabe mais...

A única coisa que sei é que ele [Costinha] e mais alguns jogadores do FC Porto frequentavam esses clubes de "strip" que até abriam de propósito. Pelo menos duas vezes quando chegaram da Selecção ficaram nos clubes até às seis da manhã e, mesmo depois de fechar, com as meninas que lá trabalham.

A fazerem o quê?

A abrir garrafas de champanhe, a conversar com elas e a fazer mais não sei o quê. Coisas que depois me eram comunicadas e, depois, no domingo perdíamos porque o rendimento não era o melhor.

Antigamente eram os próprios donos e empregados dos bares que ligavam a dizer que os jogadores estavam lá. Continua a ser assim?

Há elementos dos Super Dragões por toda a cidade e que também trabalham nesses clubes. Chegaram a ligar-me às cinco da manhã a dizer-me que estava este ou aquele. Eu só lhes pedia que me enviassem uma mensagem a confirmar a que horas saíam. No domingo a seguir, quando as coisas não corriam, pedíamos explicações.

Aconteceu com o Costinha?

Costinha sofreu um traumatismo craniano numa quarta-feira e na sexta a seguir esteve numa discoteca do Porto até às tantas. Havia jogadores como ele e o Maniche que não faziam a vida apropriada para um atleta de alta competição. Não deviam ir para uma discoteca ou para um clube de "strip", dois ou três dias antes do jogo, a beber "whisky" ou champanhe.

Esses "informadores" alguma vez referiram a existência de substâncias ilícitas nessas ocasiões?

Não.

Costinha acusava os Super Dragões de mandarem no clube, de pressionarem os jogadores...

Temos um certo peso dentro do clube. No ano passado houve situações extremas em que tivemos que os ameaçar e até houve agressões. Mas isso é passado. Até porque foram-se embora os dois cancros: Costinha e Maniche.

Quando José Mourinho saiu também houve problemas...

Isso foi um problema pessoal com um elemento da claque. São dois homens e têm de se entender. Mas ficámos aborrecidos com o Mourinho por termos chegado ao topo da liga dos Campeões e nem sequer festejou. Os Super Dragões e todos os portistas estão magoados com ele.

Como estão as relações com as principais claques?

Com o Benfica não há relação, como é óbvio, é um ódio de sempre. São os nossos principais rivais. Nem quero amizades com eles.

E com a PSP?

Como sempre. Normais.


Se estes gajos não são atrasados mentais não sei o que são... e não é por serem "adeptos" (dizem eles...) do Porto...

sábado, agosto 06, 2005

Post de Devoção Incondicional! (PDI)

The Blower´s Daughter

And so it is
Just like you said it would be
Life goes easy on me
Most of the time
And so it is
The shorter story
No love, no glory
No hero in her sky

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

And so it is
Just like you said it should be
We'll both forget the breeze
Most of the time
And so it is
The colder water
The blower's daughter
The pupil in denial

I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off of you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes off you
I can't take my eyes...

Did I say that I loathe you?
Did I say that I want to
Leave it all behind?

I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off of you
I can't take my mind off you
I can't take my mind off you
I can't take my mind...
My mind...my mind...
'Til I find somebody new


Damien Rice




Que puta de música!!

segunda-feira, agosto 01, 2005

Sons...




“Uma mistura entre Nick Cave e Tom Waits… mas com piores dentes!”. Assim se caracterizou Mark Lanegan, a si e à sua música, numa entrevista recente. Um dos filhos da geração grunge de Seattle, onde liderou o colectivo Screaming Trees, reconhecido pela crítica mas praticamente desconhecido do público em geral, na sombra de bandas como os Nirvana ou os Pearl Jam, Lanegan foi durante anos apontado como a “próxima estrela rock do firmamento grunge a morrer devido a "complicações" com drogas pesadas”. Mark Lanegan é um sobrevivente e parece ter incorporado na sua voz todos os fantasmas, medos e angústias de alguém que viu e viveu muito mais que o comum dos mortais. Profunda, ríspida e negra como uma alma anciã que tudo viveu e muito tem para contar, a voz de Mark Lanegan é uma das mais belas vozes de qualquer músico contemporâneo. Ouvi-lo é uma experiência inquietante, não só pela voz em si, mas também pelas letras, poéticas, depressivas, perturbantes e tão ou mais assustadoramente belas do que os sons produzidos pelas cordas vocais gastas por anos de consumo de álcool, cigarros e drogas.

Em 1990, Lanegan lança o primeiro álbum a solo, Winding Sheet, contando com a colaboração, entre outros, de Kurt Cobain. Bem recebido pela crítica, não alcançou, no entanto, qualquer tipo de notoriedade. Em 1994 edita aquele que é, provavelmente, o seu melhor álbum até à data: Whiskey for the Holy Ghost. Os contos de desgostos de amor, álcool e sonhos desfeitos atingem aqui uma enorme intensidade emocional. Lanegan transforma a folk e o blues clássicos em algo de novo, intenso e arrepiante. Quatro anos depois, é editado o álbum Scraps at Midnight, que segue o caminho traçado pelos álbuns anteriores, o blues assombrado e desesperado. Em 1999, edita um álbum de covers de músicas praticamente desconhecidas do grande público, velhas músicas blues, country e folk, I´ll Take Care of You. Em 2001, é editado o álbum Field Songs. A melancolia e a tristeza negra mantêm-se, explícitas em versos como: “The stars and a moon / Aren't where they're supposed to be / For the strange electric light / It falls so close to me / Love, I come to ride / High on that seasick rolling wave / And you know that I am / Just trying to get out / Oh the glorious sound / Oh the one way street / But you can't get / Can't get it down without crying”.

Já neste ano de 2004, Lanegan edita o seu sexto álbum de originais. Pela primeira vez creditado à Mark Lanegan Band, que inclui, entre outros, Josh Homme e Nick Oliveri (Queens of the Stone Age), Duff McKagan e Izzy Stradlin (ex-Gun´s N´Roses), Greg Dulli (Afghan Whigs) e PJ Harvey, Bubblegum parece tentar conciliar as atmosferas nocturnas dos seus trabalhos a solo anteriores com o rock mais agressivo das bandas por onde passou (os já referidos Screaming Trees e os Queens of the Stone Age). É assim um álbum mais duro e sujo, graças sobretudo a Josh Homme, principal colaborador de Lanegan neste álbum, participando nos arranjos de todas as canções.
O álbum abre com uma típica música de Mark Lanegan, negra e sombria, com um piano niilista e uma letra sublime: “Did you call for the night porter? / You smell the blood running warm / I stay close to this frozen border / So close I can hit it with a stone / Now something crawls right up my spine / That I always got to follow / Turn out the lights / Don't see me drawn and hollow / Just blood running warm / No one needs to tell you that / There's no use for ya here anymore…”. Tão honesto que chega a magoar… Segue-se o primeiro dueto com PJ Harvey, “Hit the City”, a primeira música declaradamente rock da carreira a solo de Mark Lanegan: intensa, distorcida, brilhante. Estas duas músicas iniciais estabelecem o padrão que rege o resto do álbum: o “velho” Lanegan, melancólico, negro, doloroso por um lado e a intensidade e vertigem das guitarras por outro. Num excelente álbum, sólido e sem grandes pontos fracos, destacam-se, para além das duas músicas supra-citadas, “Come to Me”, segundo dueto inebriante com PJ Harvey, sexy, lenta e hipnotizante ou “Wedding Dress”, declaração de amor demente e doentia ("Will you be shamed if I shake like I'm dyin' / When I fall to my knees and I'm crying? / Will you visit me where my body rests / Will you put on that long white dress?”) que só a voz de Lanegan poderia tornar credível. E o que dizer das musculadas e ameaçadoras “Sideways in Reverse” e “Death Valley Blues”? E a belíssima “Head” ou a curta “Bombed”?…
Quando, numa outra entrevista, perguntaram a Mark Lanegan se a escrita deste álbum o ajudou a adormecer alguns dos demónios que o atormentam, uma voz profunda e rouca respondeu: “Não, mas acordei mais alguns…”.


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