Taxa de Basófia
O Devaneios de Gozões vai iniciar uma série de concursos. O júri será composto por mim, pelo Samuel, pelo Baião e pelo Guedes (se der sinais de vida).
O que se chama a um grupo de pessoas que diz que anda a ver coisas que mais ninguem ve e a ouvir coisas que mais ninguem ouve? Nao conheço o termo cientifico(isso e a especialidade do samgs) mas acho que todos concordamos que a palavra mais usada para descrever esse grupo de pessoas seria de malucos...Mas e se isso se passasse numa terra chamada Fatima ha quase 90 anos? Nunca percebi bem porque mas neste caso ja se chamam videntes...
Martin Scorsese irá lançar um livrinho de memórias muito em breve. Eu já tive oportunidade de o ler, porque o Marty (é assim que gosta de ser tratado pelos amigos), envia-me sempre tudo o que escreve para eu lhe dar a minha opinião, pois sempre confiou cegamente em mim. Já enviei a cópia de volta e escrevi uma nota “Marty, parabéns, estas memórias estão muito porreiras. Podes publicá-las.”
A páginas tantas, o Martin fala dos seus primeiros tempos: “Depois de realizar Alice doesn´t live here anymore, atingi a notoriedade. Senti que os holofotes estavam focados sobre mim e sobre o meu filme seguinte. Não podia falhar o meu próximo passo. Cerquei-me então dos meus mais fiéis colaboradores e, particularmente, de um português em quem confiava plenamente, Filipe Moreira”.
Pois é, estávamos então em 1974. O Martin havia começado a escrever o guião do que viria a ser Taxi Driver. Eu andava por Nova Iorque nessa altura. É por isso que em Portugal só existem registos meus a partir de 1982. Dizendo a verdade, eu até era para estar em Londres com os Led Zeppelin, mas à última da hora o Jimmy Page deixou-me a seguinte mensagem no atendedor de chamadas: “Filipe, espero que ainda não estejas a caminho de Londres. Afinal a malta decidiu ir gravar o Houses of the Holy a Nova Iorque. Não falhes. Sem ti a tocar harmónica o álbum vai ficar uma merda!”. Foi assim que fui parar à cidade que nunca dorme.
Nesses dias, eu e o Marty costumávamo-nos encontrar no Sal´s Famous Pizzeria, um restaurante italo-americano que viria a ser imortalizado por Spike Lee no seu filme Do the right thing. O restaurante acabou por ser vandalizado por pretos, mas foi ali que escrevemos a quase totalidade do guião de Taxi Driver. O Marty queria que a personagem principal fosse um veterano do Vietnam, às voltas com os horrores da guerra. Martin Scorsese queria também que esse personagem se chamasse Travis e fosse taxista, mas não benfiquista, para fugir à vulgaridade. Foi então que me lembrei do Baião e desenvolvemos o personagem em torno da sua pessoa. Até hoje, nenhum crítico de cinema conseguiu estabelecer essa relação mas, naquela cena de antologia em que Travis convida Betty para ir ao cinema e leva-a a ver um filme pornográfico, são mais que muitas as afinidades do personagem com o meu amigo Baião. Mas o Marty desenvolverá esta curiosidade nas suas memórias.
Foram bons tempos. Taxi Driver viria a alcançar o sucesso à escala mundial, ganhando mesmo a Palma de Ouro em Cannes. Perdeu apenas o Óscar de melhor filme para Rocky. Bem, mas Rocky é um colosso. Aquele final em que Stallone, depois do combate com Apollo Creed grita “Adrian, Adrian, Adrian” é pungente.
Mas nem tudo foram rosas no “making of” de Taxi Driver. As piores recordações que guardo são de Joe Pesci. Ele também costumava frequentar o Sal´s Famous Pizzeria e importunava constantemente o Marty para que este lhe arranjasse um papel nos seus filmes. O Marty recusava sempre. O Joe ripostava e respondia “Go fuck your mother” e de seguida dáva-nos uma carga de porrada. Mas também não era vergonha nenhuma. O Joe era uma coisinha ruim, um gajo do diabo. Uma vez, o Muhammad Ali entrou lá no restaurante para beber um café. O Joe Pesci não gostou que o boxeur não tivesse dito “bom dia” aos presentes e desancou-o de porrada. Só mesmo o Macaulay Culkin é que o conseguiu domar em Home Alone.
O Joe Pesci lá acabou por conseguir o seu papel num filme de Martin Scorsese, anos mais tarde, 1980, em Ragging Bull, lançando-se numa carreira de sucesso.
Foram bons tempos. Nessa altura namorava com uma pequenita que frequentava o quarteirão. Era loirita. Já não me recordo do seu nome de baptismo. Eu tratava-a por honey-bunny. Dizia-lhe que um dia teria um papel num filme do Marty. Havia de lhe escrever um argumento. No fundo, era tudo conversa. Era assim que eu as conquistava, prometendo-lhes coisas. Passados uns tempos acabámos. Mas ela veio mesmo a participar em Gangs of New York. É a Cameron Diaz. Mas não é o verdadeiro nome dela. Eh pá, mas agora não me lembro mesmo do outro nome…
Declaração do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros sobre a crise dos cartoons
Ora bem, ontem à noite, estava eu a curtir uma bela insónia quando, no canal que ocupa a posição número 3 na maioria dos televisores deste belo pais, começa a passar um documentário sobre a "Abstinência nos EUA". Sem me alongar muito, devo dizer que, se dúvidas ainda existiam, estes americanos só podem ser doidos... ou isso ou andam a gozar com o pessoal, fazendo-se passar por tótós. Neste documentário focava-se essencialmente o programa criado por um bom americano (conservador e temente a Deus, obviamente), chamado "Anel de Prata" (ou qualquer coisa assim... e não, não é um anel peniano), que visava passar a mensagem entre a juventude norte-americana de que o sexo é mau, obsceno, impuro, sujo, porco... enfim uma epidemia do demo! Ora, o que este senhor teve o génio de inventar foi um anel que, quando usado, impedia as pessoas de terem pensamentos obscenos (=sexuais). Obviamente não era o anel que fazia esse esforço, mas o jovem que usava o anel, por intermédio da oração e coisas do género, deveria ser capaz de, enquanto o usava, não pecar em pensamentos (e, acrescento, palavras, actos e omissões).
Hoje baixei o vidro do carro e gritei a uma freira que passava: "Ó boa!"
Pois e, parece q o Sam vai ser forçado a viver na clandestinidade para o resto da vida, juntando-se assim aos restantes cartonistas que atentaram contra a imagem sagrada do profeta maome e que ao que parece, neste momento ja têm a cabeça a premio...a ousadia do cartoon que editou no blog saiu-lhe cara, foi forçado a sair de casa, teve de desistir da banda e anda a viver em sitio incerto, pediu protecçao policial mas foi-lhe recusada por o bolg andar constantemente a dizer mal do governo, do 1o ministro e e da propria policia...
Hoje saiu na comunicaçao social que o governo estaria a criar um novo serviço de informaçao para ficar sobre a alçada directa do primeiro ministro. Ora tudo isto nao passou de um engano, o que realmente aconteceu foi que o Sr Socrates contratou os serviços particulares de uma agencia de detectives privados com o intuito de seguir o seu mais que tudo(acho que todos sabemos de quem falo...), como o jornalista da visao nao tem acesso a informaçoes tao detalhadas e pormonarizadas como as nossas, simplesmente interpretou mal os dados e acabou por criar mais um caso na politica portuguesa...
Este último post do Samuel fez-me lembrar uma canção